Por que as pessoas estão jogando comida em obras de arte inestimáveis? Nas últimas semanas, manifestantes escolheram um Van Gogh para jogar sopa de tomate e um Monet para jogar purê de batatas.
A luta contra as mudanças climáticas parece ter uma nova linha de frente: os museus de arte. E a arma de escolha, surpreendentemente, é a comida. Em outubro, manifestantes europeus jogaram comida em uma obra de arte inestimável – e postaram um vídeo do incidente online, é claro – para aumentar a conscientização sobre os perigos das mudanças climáticas.
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Dois manifestantes que se acredita serem do grupo alemão Last Generation foram presos depois de jogar purê de batatas na pintura de Claude Monet “Grainstacks”, no Museu Barberini, em Potsdam. A obra de arte vale mais de US$ 110 milhões (R$ 565 milhões) e fica atrás de um vidro de proteção, que, segundo o museu, evitou qualquer dano.
“As pessoas estão morrendo de fome. Estão congelando. As pessoas estão morrendo”, começou um dos manifestantes depois que os dois colaram as mãos na parede sob a arte. “Estamos em uma catástrofe climática, e tudo o que você tem medo é sopa de tomate ou purê de batata em uma pintura. Você sabe do que eu tenho medo? Tenho medo porque a ciência nos diz que não poderemos alimentar nossas famílias em 2050.”
Relação entre os casos
O comentário da “sopa de tomate” faz referência a um protesto semelhante que ocorreu em 14 de outubro, quando membros do grupo britânico Just Stop Oil abriram latas de sopa de tomate na frente de “Girassóis”, de Vincent van Gogh, na National Gallery, em Londres, e jogaram o conteúdo na obra de arte, que custa cerca de US$ 81 milhões (R$ 416 milhões). Neste caso, os manifestantes também colaram as mãos na parede, mas, novamente, o vidro protetor impediu qualquer dano permanente à pintura.
“O que vale mais, arte ou vida?” um dos manifestantes perguntou. “Vale mais do que comida, vale mais do que justiça? Você está mais preocupado com a proteção de uma pintura ou com a proteção do nosso planeta e das pessoas?”
Por fim, ambos os protestos recentes também têm semelhanças com um incidente no Louvre, em Paris, em maio, onde um homem jogou bolo na “Mona Lisa”. Durante esse protesto menos formalmente organizado, o homem não parecia ter um companheiro o filmando e não tinha nenhum discurso pronto, mas enquanto era escoltado para fora do museu, ele falou: “Pense na Terra! Há pessoas que estão destruindo a Terra! Pense nisso. Os artistas lhe dizem: pense na Terra. Foi por isso que fiz isso.”
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